O pensamento gráfico orienta a construção das pinturas e desenhos de Sergio Fingermann até hoje, e são o objeto deste novo volume da Coleção Artistas da USP com texto de apresentação de Agnaldo Farias. O crítico aponta a coerência da opção poética de Fingermann, responsável, como tem sido dito, por uma obra timbrada no lirismo, assentado simultaneamente na sensibilidade e na erudição, pendulando entre a figura e a abstração. Para Farias, ele pertence ao grupo de artistas que defende o papel da arte não como de transcrição do mundo, mas de rivalização com ele. O livro é acompanhado de uma entrevista do artista a Laura Aguiar na qual Fingermann observa que o palco sempre esteve presente no seu trabalho, desde a primeira gravura, em 1970, aos dezessete anos. O que está em cena, desde então, é a representação. A imagem é o lugar no qual a representação é a cena.
Editora:
Edusp - Editora da Universidade de São Paulo